Adaptando o Sistema de Casas de “Harry Potter” para Criar Facções em Jogos de RPG

E aí, pessoal! Tudo tranquilo? Sabe aquela sensação de estar assistindo ou relendo Harry Potter pela milésima vez e pensar: “Caramba, esse sistema de casas é genial! Como eu poderia usar isso na minha mesa de RPG?”? Pois é, você não está sozinho nessa!

Eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes me peguei rabiscando ideias inspiradas em Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa para meus jogos. Tem algo mágico (sem trocadilho… ok, talvez um pouquinho intencional) na forma como J.K. Rowling criou grupos que são simultaneamente simples de entender e incrivelmente profundos em suas implicações narrativas.

O sistema de casas de Hogwarts é muito mais que um dispositivo de enredo conveniente – é uma ferramenta narrativa brilhante que cria instantaneamente identidade, conflito, lealdade e oportunidades de desenvolvimento de personagem. E o melhor de tudo? É extremamente adaptável para praticamente qualquer cenário de RPG que você possa imaginar!

Então, bora aprender como transformar essa mecânica em algo que vai elevar suas campanhas a um novo patamar? Prometo que, no final deste artigo, você estará coçando as mãos para criar seu próprio sistema de facções que faria até o Chapéu Seletor ficar com inveja!

Por Que o Sistema de Casas Funciona Tão Bem?

Antes de mergulharmos nas técnicas de adaptação, precisamos entender o que torna o sistema de casas de Harry Potter tão eficaz do ponto de vista narrativo.

Identidade Instantânea

No momento em que o Chapéu Seletor grita “GRIFINÓRIA!”, algo mágico acontece: Harry (e o leitor) imediatamente ganha um senso de pertencimento e identidade. As casas funcionam como uma espécie de atalho narrativo que comunica valores, expectativas e até mesmo possíveis arcos de personagem.

Pense nisso: quando você ouve “ele é da Sonserina”, já forma uma imagem mental, não é? Você não precisa de parágrafos de descrição – aquela simples afiliação já transmite informações valiosas sobre o personagem.

Para RPG, isso é ouro puro! Em vez de longas exposições sobre a personalidade de um NPC, você pode simplesmente mencionar sua facção, e os jogadores instantaneamente têm uma ideia de com quem estão lidando.

Na minha última campanha, criei quatro guildas de aventureiros inspiradas nas casas de Hogwarts. Quando os jogadores encontravam alguém usando o broche da “Ordem do Grifo Dourado” (minha versão da Grifinória), eles já sabiam que estavam lidando com alguém provavelmente corajoso, às vezes imprudente, e com um forte senso de justiça. Economia narrativa em sua forma mais pura!

Conflito Integrado

As rivalidades entre as casas (especialmente Grifinória vs. Sonserina) criam tensão narrativa natural sem necessidade de explicações elaboradas. O conflito está embutido no sistema.

Em RPG, conflito é o motor que impulsiona a história. Ter facções com valores e objetivos diferentes – às vezes diretamente opostos – cria oportunidades de drama sem que o mestre precise forçar situações.

Em uma campanha urbana que mestrei, adaptei o conceito para quatro famílias mercantes que controlavam diferentes distritos da cidade. A “Família Escarlate” (inspirada na Grifinória) e os “Filhos da Serpente” (inspirada na Sonserina) estavam constantemente competindo por contratos e influência. Essa rivalidade gerou dezenas de tramas secundárias sem que eu precisasse planejar cada detalhe – os próprios jogadores começaram a antecipar e criar conflitos baseados nessa dinâmica estabelecida.

Nuance e Complexidade

O verdadeiro brilhantismo do sistema de casas está em como ele começa com estereótipos simples, mas gradualmente revela camadas de complexidade. Nem todo Sonserino é mau. Nem todo Grifinório é heroico. Pedro Pettigrew e Horácio Slughorn são exemplos perfeitos de como as casas são pontos de partida, não camisas-de-força narrativas.

Para RPG, isso significa que você pode começar com conceitos simples que os jogadores entendem facilmente, mas adicionar nuances ao longo do tempo, subvertendo expectativas e criando momentos memoráveis.

Um dos momentos mais impactantes da minha campanha “Reinos Divididos” foi quando o líder da facção mais “Sonserina” do jogo se sacrificou para salvar uma cidade inteira. Os jogadores, que esperavam uma traição, ficaram genuinamente emocionados e surpresos – exatamente o tipo de momento que permanece na memória muito depois da campanha terminar.

Adaptando o Conceito para Diferentes Cenários

Agora vamos ao que interessa: como adaptar esse sistema para diferentes tipos de cenários de RPG. A beleza está em que o conceito funciona em praticamente qualquer ambientação!

Fantasia Medieval: Além das Guildas Genéricas

Cenários de fantasia medieval frequentemente já têm guildas, ordens ou facções, mas muitas vezes elas são unidimensionais: a guilda dos ladrões rouba, a ordem dos paladinos protege, etc. Podemos fazer muito melhor!

Em vez de facções baseadas puramente em profissão, crie grupos baseados em filosofias e valores:

Os Guardiões da Chama (inspirados na Grifinória)

  • Valores: Coragem, honra, proteção dos inocentes
  • Símbolo: Uma espada com chamas
  • Base: Geralmente fortalezas em locais estratégicos
  • Conflito interno: O equilíbrio entre heroísmo e imprudência

A Coroa Oculta (inspirados na Sonserina)

  • Valores: Ambição, astúcia, preservação de conhecimento antigo
  • Símbolo: Uma coroa com uma gema negra
  • Base: Redes de influência nas cortes e cidades
  • Conflito interno: Até onde ir para alcançar objetivos maiores

O Círculo da Árvore Eterna (inspirados na Lufa-Lufa)

  • Valores: Comunidade, lealdade, conexão com a terra
  • Símbolo: Uma árvore com raízes profundas
  • Base: Comunidades autossuficientes, frequentemente rurais
  • Conflito interno: Quando ajudar outros vs. proteger os seus

A Ordem do Olho Desperto (inspirados na Corvinal)

  • Valores: Conhecimento, descoberta, inovação
  • Símbolo: Um olho com uma estrela na pupila
  • Base: Bibliotecas, observatórios, locais de estudo
  • Conflito interno: Conhecimento teórico vs. aplicação prática

O importante é que cada facção tenha valores claros, mas também tensões internas e áreas cinzentas. Ninguém é perfeito ou completamente mau – exatamente como nas casas de Hogwarts.

Em minha campanha “Terras Fragmentadas”, usei esse sistema para criar ordens de magos que competiam pelo controle de recursos mágicos. Os jogadores podiam se afiliar a qualquer uma delas, e suas escolhas influenciavam significativamente o tipo de missões que recebiam e como outros NPCs reagiam a eles.

Sci-Fi: Facções Entre as Estrelas

Em cenários de ficção científica, podemos adaptar o conceito para corporações, facções políticas ou filosofias de colonização espacial:

Pioneiros Estelares (inspirados na Grifinória)

  • Valores: Exploração, coragem, expansão das fronteiras
  • Abordagem: “Vamos ser os primeiros a pisar naquele planeta!”
  • Naves: Rápidas, bem armadas, projetadas para exploração
  • Conflito interno: Exploração responsável vs. conquista

Consórcio Nexus (inspirados na Sonserina)

  • Valores: Eficiência, controle de recursos, visão de longo prazo
  • Abordagem: “Aquele planeta tem recursos que podemos monetizar”
  • Naves: Grandes, imponentes, projetadas para demonstrar poder
  • Conflito interno: Progresso a qualquer custo vs. sustentabilidade

Coletivo Harmonia (inspirados na Lufa-Lufa)

  • Valores: Cooperação, sustentabilidade, bem-estar comunitário
  • Abordagem: “Como podemos viver em equilíbrio com este novo mundo?”
  • Naves: Modulares, projetadas para colonização de longo prazo
  • Conflito interno: Isolacionismo vs. integração com outras facções

Instituto Novasfera (inspirados na Corvinal)

  • Valores: Conhecimento, pesquisa, compreensão do universo
  • Abordagem: “Que fenômenos únicos podemos estudar neste sistema?”
  • Naves: Cheias de laboratórios e equipamentos de pesquisa
  • Conflito interno: Pesquisa pura vs. aplicações práticas

Em uma campanha de space opera que mestrei, usei esse sistema para criar tensões políticas entre colônias espaciais. Os jogadores começaram como uma pequena equipe de freelancers, mas gradualmente se viram envolvidos em conflitos maiores entre essas facções, eventualmente tendo que escolher lados em uma guerra civil galáctica.

Cyberpunk: Facções no Asfalto Molhado de Neon

Em cenários cyberpunk, as facções podem representar diferentes filosofias sobre tecnologia e sociedade:

Os Incendiários (inspirados na Grifinória)

  • Valores: Liberdade, resistência, ação direta
  • Visual: Vermelho e dourado, tecnologia robusta e visível
  • Território: Zonas de combate, áreas contestadas
  • Conflito interno: Revolução violenta vs. reforma gradual

Rede Fantasma (inspirados na Sonserina)

  • Valores: Poder, informação, manipulação dos sistemas
  • Visual: Verde e prata, tecnologia elegante e discreta
  • Território: Infiltrados em áreas corporativas e de elite
  • Conflito interno: Dominação vs. equilíbrio de poder

Coletivo Raiz (inspirados na Lufa-Lufa)

  • Valores: Comunidade, autossuficiência, tecnologia sustentável
  • Visual: Amarelo e preto, tecnologia reciclada e orgânica
  • Território: Comunidades fechadas, fazendas urbanas
  • Conflito interno: Isolamento vs. engajamento com o mundo exterior

Mentes Livres (inspirados na Corvinal)

  • Valores: Inovação, transcendência, expansão da consciência
  • Visual: Azul e bronze, tecnologia de ponta e experimental
  • Território: Laboratórios clandestinos, realidades virtuais
  • Conflito interno: Progresso tecnológico vs. humanidade

Em uma campanha cyberpunk recente, usei essas facções como pano de fundo para uma história sobre uma IA recém-desperta que cada grupo queria controlar por razões diferentes. Os Incendiários queriam usá-la para derrubar corporações, a Rede Fantasma queria controlá-la secretamente, o Coletivo Raiz queria protegê-la de exploração, e as Mentes Livres queriam estudá-la e replicá-la.

Criando Seu Próprio Sistema de Facções

Agora que vimos exemplos de adaptação, vamos ao processo passo a passo para criar seu próprio sistema de facções inspirado em Harry Potter:

1. Identifique os Valores Fundamentais

Comece definindo os valores centrais que cada facção representará. As casas de Hogwarts são baseadas em:

  • Grifinória: Coragem, ousadia, cavalheirismo
  • Sonserina: Ambição, astúcia, determinação
  • Corvinal: Inteligência, criatividade, sabedoria
  • Lufa-Lufa: Lealdade, paciência, justiça

Para seu mundo, pense em 4-5 valores ou filosofias fundamentais que poderiam definir diferentes abordagens à vida. Eles devem ser distintos, mas nenhum deve ser inerentemente “melhor” que os outros – apenas diferentes.

Uma dica: evite alinhamentos simplistas como “os bonzinhos” vs. “os malvados”. O sistema funciona melhor quando cada facção tem pontos fortes legítimos e fraquezas compreensíveis.

2. Dê a Cada Facção uma Identidade Visual Clara

Parte do que torna as casas de Hogwarts tão memoráveis é sua identidade visual distinta:

  • Cores (vermelho e dourado, verde e prata, etc.)
  • Símbolos (leão, serpente, águia, texugo)
  • Espaços físicos (as salas comunais têm personalidades completamente diferentes)

Para suas facções, crie:

  • Um esquema de cores consistente
  • Um símbolo ou emblema reconhecível
  • Um estilo arquitetônico ou de vestuário característico
  • Talvez um cumprimento ou gesto único

Na minha campanha “Cidade das Lâmpadas”, criei quatro casas mercantes com cores, símbolos e até perfumes característicos. A Casa do Falcão Carmesim usava vermelho e ouro, tinha um falcão como símbolo, e seus membros frequentemente usavam perfumes com notas de canela. Esses detalhes sensoriais tornaram as facções muito mais memoráveis para os jogadores.

3. Estabeleça Rivalidades e Alianças Naturais

As dinâmicas entre as facções são tão importantes quanto as facções em si. Em Harry Potter, temos:

  • A rivalidade clássica Grifinória-Sonserina
  • A aliança frequente Grifinória-Lufa-Lufa
  • A competição amigável Corvinal-Grifinória

Para suas facções, considere:

  • Quais têm filosofias naturalmente opostas?
  • Quais compartilham valores similares ou complementares?
  • Existem eventos históricos que definiram certas relações?

Crie um “mapa de relações” mostrando como cada facção se relaciona com as outras. Isso ajudará a criar tensões narrativas naturais e alianças plausíveis.

Em uma campanha de fantasia urbana, criei quatro cultos que veneravam diferentes aspectos de uma mesma divindade. O Culto da Chama (aspectos de destruição e purificação) e o Culto das Ondas (aspectos de cura e preservação) tinham uma rivalidade milenar, enquanto o Culto do Vento (aspectos de liberdade e inspiração) frequentemente mediava seus conflitos.

4. Crie Tensões Internas em Cada Facção

O que torna as casas de Hogwarts tão interessantes é que elas não são monolíticas. Dentro de cada casa, existem diferentes interpretações de seus valores centrais:

  • Grifinória: A coragem de Harry vs. a impulsividade de McLaggen
  • Sonserina: A ambição calculista de Slughorn vs. a crueldade de Malfoy
  • Corvinal: A sabedoria de Luna vs. o conhecimento técnico de Cho

Para suas facções, desenvolva:

  • Diferentes “escolas de pensamento” dentro de cada grupo
  • Figuras representativas que interpretam os valores da facção de formas distintas
  • Debates internos sobre a direção que a facção deveria tomar

Essas tensões internas criam oportunidades para nuance e desenvolvimento de personagem, evitando que as facções se tornem estereótipos unidimensionais.

Na minha campanha “Reinos das Marés”, a Ordem da Pérola (inspirada na Corvinal) estava dividida entre tradicionalistas que queriam preservar conhecimentos antigos e progressistas que buscavam novas descobertas. Essa tensão interna criou aliados e antagonistas dentro da mesma facção, adicionando camadas de complexidade à narrativa.

5. Desenvolva um Sistema de Seleção ou Afiliação

Em Harry Potter, o Chapéu Seletor é um dispositivo narrativo brilhante que adiciona drama e reflexão sobre identidade. Para suas facções, considere:

  • Como as pessoas se juntam a uma facção? Nascimento, escolha, teste de aptidão?
  • É possível mudar de facção? Com que facilidade?
  • Existem pessoas que não pertencem a nenhuma facção? Como são vistas?
  • Existem “mestiços” ou pessoas com lealdades divididas?

O sistema de seleção pode ser um elemento importante da sua worldbuilding e uma fonte de tensão narrativa.

Em uma campanha de fantasia, criei um sistema onde jovens passavam por um ritual aos 16 anos, onde uma gota de seu sangue era colocada em quatro cristais representando as facções. O cristal que brilhasse mais forte indicava sua facção “natural”, mas eles tinham a opção de escolher outra – com consequências sociais significativas. Isso criou dilemas interessantes para NPCs e oportunidades para histórias de origem complexas.

Implementando Facções na Sua Mesa

Teoria é ótima, mas como realmente implementar esse sistema na prática do jogo? Aqui vão algumas técnicas testadas e aprovadas:

Mecânicas de Reputação

Crie um sistema simples de reputação com cada facção. Isso pode ser tão simples quanto uma escala de -10 a +10, ou algo mais elaborado com diferentes níveis de status.

Benefícios de alta reputação podem incluir:

  • Acesso a áreas restritas
  • Preços melhores em comércio
  • Informações exclusivas
  • Itens ou habilidades especiais

Consequências de baixa reputação podem incluir:

  • Hostilidade de membros da facção
  • Preços inflacionados
  • Acesso negado a certos locais
  • Perseguição ativa

Na minha campanha “Cidade das Lâmpadas”, os jogadores tinham uma ficha de reputação com cada uma das quatro casas mercantes. Ações que beneficiavam uma casa frequentemente prejudicavam sua reputação com rivais, criando escolhas significativas sobre com quem se aliar.

Missões Específicas de Facção

Desenvolva missões que só estão disponíveis para aliados de certas facções, ou que têm abordagens radicalmente diferentes dependendo da facção envolvida.

Por exemplo, uma mesma situação básica (“um artefato valioso foi descoberto”) poderia gerar missões completamente diferentes:

  • Facção tipo Grifinória: Recupere o artefato antes que caia em mãos erradas
  • Facção tipo Sonserina: Adquira o artefato discretamente para aumentar nossa influência
  • Facção tipo Corvinal: Estude o artefato e documente suas propriedades
  • Facção tipo Lufa-Lufa: Determine o proprietário legítimo do artefato e garanta que ele seja tratado com respeito

Isso cria rejogabilidade e faz com que as escolhas de facção dos jogadores realmente importem para a experiência de jogo.

PNJs Memoráveis Representando Cada Facção

Crie pelo menos três PNJs memoráveis para cada facção:

  • Um líder ou figura de autoridade
  • Um aliado potencial na mesma faixa etária/nível dos jogadores
  • Um membro que subverte as expectativas da facção

Esses personagens serão os rostos humanos das facções abstratas, tornando os conflitos e alianças mais pessoais e significativos.

Em minha campanha “Reinos Divididos”, cada facção tinha um mentor que poderia treinar os personagens, um rival que competia pelos mesmos objetivos, e um “ovelha negra” que desafiava os estereótipos de sua própria facção. Os jogadores se apegaram especialmente a esses últimos, que frequentemente se tornavam aliados inesperados em momentos críticos.

Eventos Competitivos Entre Facções

Uma das partes mais memoráveis de Harry Potter são os eventos que colocam as casas em competição direta: Quadribol, a Copa das Casas, o Torneio Tribruxo.

Para sua campanha, crie:

  • Competições regulares entre facções
  • Eventos sazonais que atraem membros de todas as facções
  • Circunstâncias que forçam cooperação temporária entre rivais

Esses eventos criam pontos naturais de tensão narrativa e oportunidades para que os personagens brilhem (ou falhem espetacularmente).

Na minha campanha de fantasia urbana, criei um festival anual onde as quatro guildas competiam em diversas provas. Os jogadores podiam participar representando sua guilda, apostar nos resultados, ou até mesmo manipular os eventos nos bastidores. Tornou-se um ponto alto da campanha que todos esperavam ansiosamente.

Três Sistemas de Facções Prontos para Usar

Para ajudar você a começar, aqui estão três sistemas de facções completos que você pode adaptar diretamente para sua campanha:

Guildas Arcanas (Para Cenários de Fantasia)

A Ordem da Chama Eterna (inspirada na Grifinória)

  • Valores: Magia como força para proteger e inspirar
  • Especialidade: Magia de evocação e encantamento
  • Símbolo: Uma chama dourada
  • Base: Torres altas com vistas panorâmicas
  • Lema: “Brilhe sem medo”

O Pacto das Sombras (inspirado na Sonserina)

  • Valores: Magia como caminho para poder e conhecimento proibido
  • Especialidade: Necromancia e ilusão
  • Símbolo: Uma lua crescente prateada
  • Base: Complexos subterrâneos ou mansões isoladas
  • Lema: “Conhecimento é poder”

A Concordância Natural (inspirada na Lufa-Lufa)

  • Valores: Magia como extensão da natureza e comunidade
  • Especialidade: Transmutação e cura
  • Símbolo: Uma árvore com raízes profundas
  • Base: Estruturas integradas à natureza, frequentemente em florestas
  • Lema: “Crescemos juntos”

O Prisma Arcano (inspirado na Corvinal)

  • Valores: Magia como ciência a ser estudada e aperfeiçoada
  • Especialidade: Adivinhação e conjuração
  • Símbolo: Um cristal multifacetado
  • Base: Bibliotecas e observatórios
  • Lema: “Compreender é transcender”

Sistema de Seleção: Aspirantes a magos passam por um ritual onde devem meditar sobre quatro cristais elementais. O cristal que responde mais fortemente à sua aura determina sua guilda natural, mas eles podem escolher outra se desejarem.

Evento Competitivo: O Conclave Arcano, uma competição anual de demonstração de habilidades mágicas com categorias como duelo, criação, adivinhação e cura.

Corporações Futuras (Para Cenários Sci-Fi)

Pioneiros Solares (inspirados na Grifinória)

  • Valores: Inovação, exploração, superação de limites
  • Especialidade: Naves de exploração, tecnologia de terraformação
  • Símbolo: Um sol nascente
  • Base: Estações espaciais na fronteira do espaço conhecido
  • Lema: “Sempre além”

Consórcio Nexus (inspirado na Sonserina)

  • Valores: Eficiência, controle, visão estratégica
  • Especialidade: IA avançada, automação, segurança
  • Símbolo: Um hexágono com um ponto central
  • Base: Arranha-céus corporativos em metrópoles
  • Lema: “Ordem através de progresso”

Coletivo Gaia (inspirado na Lufa-Lufa)

  • Valores: Sustentabilidade, comunidade, equilíbrio
  • Especialidade: Biotecnologia, sistemas de suporte à vida
  • Símbolo: Folhas entrelaçadas em círculo
  • Base: Habitats autossustentáveis, frequentemente em órbita planetária
  • Lema: “Juntos prosperamos”

Instituto Quantum (inspirado na Corvinal)

  • Valores: Conhecimento, inovação teórica, transcendência
  • Especialidade: Física quântica, realidade virtual, upload de consciência
  • Símbolo: Uma espiral de Fibonacci
  • Base: Estações de pesquisa isoladas
  • Lema: “Compreender o incompreensível”

Sistema de Seleção: Cidadãos geralmente começam como estagiários em uma corporação baseada em testes de aptidão, mas podem transferir-se mediante processos burocráticos complexos. Algumas pessoas optam por permanecer “independentes”, mas enfrentam limitações significativas em uma sociedade dominada por corporações.

Evento Competitivo: A Expo Tecnológica, onde cada corporação apresenta suas inovações mais impressionantes, competindo por contratos governamentais e investimentos.

Facções Urbanas (Para Cenários Contemporâneos ou Urbanos)

Os Guardiões (inspirados na Grifinória)

  • Valores: Proteção do bairro, justiça direta, lealdade
  • Especialidade: Combate, primeiros socorros, vigilância
  • Símbolo: Um escudo estilizado
  • Base: Antigos ginásios, estações de bombeiros abandonadas
  • Lema: “Protegemos os nossos”

A Rede (inspirada na Sonserina)

  • Valores: Informação, influência, controle sutil
  • Especialidade: Hacking, chantagem, manipulação social
  • Símbolo: Uma teia estilizada
  • Base: Clubes exclusivos, apartamentos de luxo
  • Lema: “Conhecimento é moeda”

A Comuna (inspirada na Lufa-Lufa)

  • Valores: Apoio mútuo, autossuficiência, comunidade
  • Especialidade: Medicina alternativa, agricultura urbana, artesanato
  • Símbolo: Mãos entrelaçadas
  • Base: Jardins comunitários, cooperativas
  • Lema: “Juntos sobrevivemos”

Os Visionários (inspirados na Corvinal)

  • Valores: Arte, expressão, expansão da consciência
  • Especialidade: Tecnologia experimental, drogas sintéticas, realidade aumentada
  • Símbolo: Um olho com padrões geométricos
  • Base: Galerias de arte, estúdios abandonados
  • Lema: “Veja além”

Sistema de Seleção: A afiliação é fluida e baseada principalmente em quem você conhece e onde passa seu tempo. Muitas pessoas têm conexões com múltiplas facções, embora geralmente sejam mais leais a uma.

Evento Competitivo: O Festival de Rua, uma celebração anual onde cada facção apresenta suas contribuições para a comunidade, competindo por respeito e território.

Concluindo Nossa Jornada Pelas Facções

Ufa! Chegamos ao fim dessa exploração de como adaptar o sistema de casas de Harry Potter para criar facções memoráveis em jogos de RPG. Espero que essas ideias tenham acendido sua imaginação e que você esteja ansioso para implementar seu próprio sistema!

Lembre-se dos princípios fundamentais:

  • Facções devem representar valores e filosofias distintas, não apenas profissões ou habilidades
  • Cada facção deve ter pontos fortes e fracos legítimos
  • As relações entre facções são tão importantes quanto as facções em si
  • Tensões internas adicionam nuance e evitam estereótipos
  • Detalhes visuais e sensoriais tornam as facções memoráveis

E o mais importante: divirta-se com o processo! Criar um sistema de facções é uma das partes mais gratificantes do worldbuilding, pois cria estruturas que geram histórias organicamente e dão aos jogadores formas significativas de interagir com seu mundo.

Então, o que você está esperando? Pegue sua varinha (ou lápis e dados), convoque sua criatividade, e comece a construir um sistema de facções que faria a própria Rowling orgulhosa!

E se você já implementou sistemas inspirados em Harry Potter em suas mesas, conta nos comentários! Adoraria ouvir sobre suas experiências e trocar ideias.

Até a próxima aventura, pessoal! E lembrem-se: em RPG, como em Hogwarts, nossas escolhas mostram quem realmente somos, muito mais do que nossas habilidades!

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